IMINENTE DESCOBERTA DE REMISSÃO DO VIRUS HIV
A Prémio Nobel da Medicina, Francoise Barre-Sinoussi, que co-descobriu o virus que causa a SIDA, acredita que é possível que um dia as pessoas vivam com o vírus do HIV, sem tomar qualquer medicamento, mas continuarem saudáveis.
Falando no Sci-Bono centre, em Joanesburgo, Africa do Sul, Barre-Sinoussi fez saber que acredita que uma cura que vá eliminar completamente o HIV do corpo é impossível. Mas ela diz que é possível colocar o vírus em remissão.
A cientista explicou na última sexta-feira que a remissão clínica do vírus acontece quando ele está ainda no corpo, mas não se está a replicar, não está a atacar as células e a pessoa não pode transmitir o HIV.
O vírus também não estará a activar o sistema imunológico do portador e a causar inflamação no corpo, que está ligada aos estilos de vida do doente, tais como doença do coração e cancro.
A razão por que ela acredita que a remissão é possível é porque até três em cada 1000 pessoas seropositivas colocam naturalmente o vírus em remissão e nunca precisam de medicação. São chamados grupos de control de elite. Estas são pessoas cujos corpos param o vírus de replicar e continuam saudáveis mais de 20 anos após a infecção sem medicação anti-retroviral.
A Nobel de Medicina explicou que estão em curso várias experiências para tentar entender como é que funcionam os sistemas imunológicos dos grupos de control de elite, para que um dia possam ser desenvolvidos tratamentos para todos os seropositivos.
Grupos de Control de elite foram detectados quase acidentalmente. Uma experiência em França acompanhou pacientes desde a altura em que testaram positivos para descobrir como a doença se desenvolvia nos seus corpos.
Os pesquisadores concluíram que uma pequena percentagem de pacientes nunca precisou de tratamento.
Estas pessoas possuem uma eficiente resposta imunológica relacionada com um específico background, disse Barre-Sinoussi.
Há também um grupo de 20 pacientes franceses que iniciaram o tratamento mas, mais tarde, abandonaram, e continuaram saudáveis por 10 anos. Este grupo está a ser estudado para perceber como é que o seu sistema imunológico controla o vírus sem medicação.
Barre-Sinoussi faz parte de uma iniciativa chamada Towards a Cure (Em Direcção a uma Cura), que coordena diferentes financiadores internacionais e cientistas que trabalham juntos para encontrar uma maneira de colocar o vírus em remissão.
O Departamento sul-africano de Ciência e Tecnologia faz também parte da iniciativa. Falando no evento, o prof. Lynn Morris disse que uma vacina contra o HIV é essencial para estancar a propagação da doença.
Temos que evitar que as pessoas sejam infectadas. A melhor manira de prevenir a doença é através da vacinação. A vacinação eliminou a varíola no mundo.
Temos recebido informação de que uma vacina contra o HIV é possível. Muita gente sente que este é um problema que tem solução, disse Morris.
Cientistas têm estado a trabalhar sobre uma vacina por mais de 30 anos e apenas uma é que demonstrou uma eficiência em 30 por cento, demasiado pouco para ser usada em larga escala.
Uma das muitas dificuldades de desenvolver uma vacina é que o vírus é altamente mutante. Cientistas estão a trabalhar sobre as partes do vírus que não mudam. Estas podem ser o calcanhar de Aquiles do viros, disse Morris.
O director adjunto do Instituto de Saúde Reprodutiva da Universidade de Wits, na África do Sul, Francois Venter, disse que os desenvolvimentos na medicina contra o HIV são quase um milagre da medicina.
Passámos de uma situação, nos anos de 1990, em que pacientes tinham que tomar mãos cheias de comprimidos, com terríveis efeitos secundários, e com muito pouco efeito, para uma em que o paciente precisa de apenas um comprimido por dia com um mínimo de efeitos colaterais.
Por vezes fico surpreendido com a falta de ambição noutros campos da medicina. Ele disse que a pesquisa sobre diabetes e tratamentos de tensão arterial alta não progrediram, quase tão rápido como o campo do HIV.
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