ABSENTISMO ESCOLAR PREOCUPA EDUCAÇÃO NO PAÍS
Muitas escolas do país estão a braços com uma onda de absentismo que envolve tanto professores como alunos. Segundo dados partilhados pelo Ministro da Educação e Desenvolvimento Humano (MEDH), Jorge Ferrão, o maior índice de ausências nas salas de aulas se regista nas províncias do Norte do país.
Ferrão fez tal pronunciamento durante o encontro tido semana passada entre a direcção daquele ministério com pais, encarregados de educação, professores e representantes da classe estudantil.
Um estudo que envolveu 400 escolas do país demonstrou que em cada dez dias de aulas apenas se lecciona em quatro. Segundo o titular da pasta, mais preocupante ainda é verificar que nesses outros restantes dias de aulas quando as equipas de pesquisa do MINEDH visitaram as escolas constataram que dos professores presentes no recinto escolar poucos estavam a dar aulas.
Em termos comparativos, esta triste realidade assola mais as províncias do Centro e Norte de Moçambique, com uma percentagem de absentismo acima de 60 por cento, enquanto mais para o sul a tendência é de maior redução.
Estas revelações apresentadas aos professores e encarregados de educação levantaram em seguida um aceso debate que conduziu a interpretações várias e sugestões.
PORQUÊ NO NORTE?
Alguns professores, pais e encarregados de educação, trouxeram à ribalta as suas interpretações sobre as prováveis causas desse absentismo mais acentuado na Região Centro e Norte do país, apontando, dentre outras causas, a problemática da competitividade da profissão da docência comparada com outras oportunidades de emprego.
Um professor, citado pelo Domingo, dirigindo-se especificamente ao Ministro de Educação, recordou que era naquela região que sempre se reportam paralisações de aulas por falta de pagamento de horas extras, atraso inexplicável no desembolso das remunerações dos docentes que chegam a ficar mais de seis meses a espera do seu primeiro salário.
Outro interveniente lembrou que hoje em dia é naquela região do país que despontam novas oportunidades melhor remuneradas e que encontram nos professores exactamente os candidatos mais qualificados. Assim, aventou a hipótese de muitos professores estarem a abraçar novos empregos sem renunciarem a de professor, servindo-se de esquemas de cumplicidade com os seis chefes a quem pagam para ficarem calados.
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