Agricultores e criadores de gado do distrito de Magude, na província de Maputo, propõem ao governo moçambicano a criação de uma equipa multissectorial para investigar e combater o roubo de gado e a caça furtiva, um fenómeno crónico naquela região. 

Falando durante um encontro mantido terça-feira na vila-sede distrital, com o governador de Maputo, Raimundo Diomba, que terminou esta quarta-feira, uma visita trabalho de três dias a Magude, os agricultores e criadores de gado manifestaram a sua surpresa com a persistência da caça furtiva, sobretudo de rinoceronte, bem como o roubo do gado, não obstante a instalação de uma força de protecção de recursos naturais. 
“A polícia de protecção de recursos naturais está a fazer bom trabalho, mas os criminosos, particularmente os caçadores de rinocerontes, tal como os ladrões de gado sofisticaram as suas tácticas e tudo indica que gozam de protecção de alguns agentes da polícia”, disse um residente, propondo a criação de uma equipa multissectorial que envolva os criadores de gado, as Forças de Defesa e Segurança (FDS), e outros representantes do governo, para estudar as melhores formas de eliminar este tipo de crime.
Queixaram-se ainda pelo facto depois de a população neutralizar os criminosos e encarcerados pela polícia, os mesmos são libertados a mando dos tribunais. Consequentemente, voltam ao convívio das comunidades e, como que a mostrar a sua autoridades, reactivam de mediato a sua rede e retomam a sua actividade de roubo de gado ou de caça furtiva.
“Pedimos intervenção do governo o mais rápido possível, porque os criminosos já têm raízes em algumas instituições”, denunciaram.
No encontro, foram também apresentados outros problemas que afligem os agricultores e criadores de gado, bem como os agentes económicos do distrito.
A transmissão ilegal de DUATs, precariedade das vias de acesso e incentivos aos agentes económicos foram alguns dos problemas apresentados ao governador.
No caso das vias de acesso, o destaque foi a via que liga a vila sede de Magude e o distrito de Moamba, por ser a mais viável e rápida para o acesso a capital província, Matola.
Actualmente, a população de Magude é obrigada a atravessar os distritos da Manhiça, Marracuene e a Cidade de Maputo, num percurso igual ou superior a três horas.
“Por isso, pedimos a asfaltagem da via Magude e Moamba e melhoramento de outras estradas que ligam a sede distrital e os centros de produção”, exortaram.
Em resposta às preocupações dos agricultores e criadores de gado, o governador reconheceu a gravidade da situação e defendeu que cada um deve fazer a sua parte para o combater do fenómeno.
“Cada um tem que fazer sua parte para fortificar o papel da Polícia. Do nosso lado, vamos sentar e definir para resolver o problema dos ladrões e caçadores furtivos”, assegurou Diomba.
Em relação as vias de acesso, Diomba disse que o problema não foi esquecido, havendo um projecto nesse sentido, no âmbito das vias alternativas à Estrada Nacional Número Um (EN). 
“O governo reconhece que sem as vias de acesso toda a produção perde o seu valor. Por isso estas não foram esquecidas”, disse.
No mesmo dia, Diomba reuniu-se com jovens e com os funcionários públicos do distrito de Magude.

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