BRASIL DIZ QUE HÁ MARGEM PARA MAIS NEGÓCIOS COM MOÇAMBIQUE

13-04-2015 21:08

A embaixadora do Brasil em Moçambique, Lígia Scherer, considerou esta segunda-feira em Maputo que as relações empresariais entre os dois países ainda estão aquém do seu potencial, defendendo o aproveitamento das oportunidades de negócios nas relações comerciais bilaterais.

"A cooperação Brasil-Moçambique é notável, Moçambique é o país que mais apoio técnico tem recebido do Brasil, mas o comércio bilateral está muito aquém do potencial", afirmou Lígia Scherer, num seminário sobre oportunidades de negócios entre os dois países, no quadro de uma missão empresarial brasileira a Maputo.

Segundo a diplomata, o investimento brasileiro tem sido caracterizado por uma forte concentração no setor mineiro e logístico, tendo as empresas brasileiras investido mais de nove mil milhões de dólares (8,5 mil milhões de euros ao câmbio atual) nos últimos dez anos.

Nessa perspetiva, o aprofundamento das relações empresariais entre os dois países passa pela diversificação das áreas de investimento e do envolvimento das pequenas e médias empresas, assinalou Lígia Scherer.

Por seu turno, a gerente geral da Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique, Sabrina Ferraz, apontou o agronegócio, a alimentação, bens e equipamentos como áreas que podem ser exploradas pelos empresários dos dois países, observando que as exportações moçambicanas para o Brasil são insignificantes.

"As empresas brasileiras têm todo o interesse em desenvolver relações de negócios com Moçambique, pelos laços históricos e pelo excelente ambiente de negócios existente nos dois países", afirmou Sabrina Ferraz.

O facto de o Brasil ser a oitava economia mundial e Moçambique ser o sétimo país que mais tem crescido no mundo oferece amplas possibilidades de exploração de oportunidades de negócio, acrescentou.

O vice-presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Agostinho Vuma, considerou que as parcerias empresariais são a melhor forma de os dois países potenciarem as oportunidades de negócios que ambos os países possuem".

"O Brasil possui uma vasta experiência de crescimento e de fortalecimento da classe empresarial, pelo que, neste caso, encorajamos que haja transferência de conhecimento diverso, particularmente no agronegócio e manufaturas", enfatizou Vuma.

A missão empresarial brasileira que visita atualmente Moçambique é constituída por representantes de 40 empresas, que atuam no agronegócio, manufaturas, siderurgia, bens e equipamentos.

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