CIDADÃO MOÇAMBICANO ASSASSINADO NA ÁFRICA DO SUL

20-04-2015 18:24

Um cidadão moçambicano, identificado pelo nome de Emanuel Sithole, foi agredido e esfaqueado por cidadãos sul-africanos, no passado sábado (18) no bairro de Alexandra, na cidade sul-africana de Johannesburg, acabando por perder a vida. É uma das oito vítimas mortais, entre elas uma criança, da onda de ataques violentos protagonizada por cidadãos sul-africanos contra imigrantes estrangeiros pobres.

O moçambicano foi encontrado gravemente ferido e a rastejar em busca de ajuda por jornalistas do jornal Sunday Times, que na manhã deste sábado entrevistavam proprietários de lojas vandalizadas durante a noite.

Emanuel caminhava sozinho por uma rua do bairro suburbano de Alexandra quando foi atacado por um cidadão, ao que tudo indica sul-africano, empunhado uma chave inglesa. O moçambicano tentou defender-se, levantando os braços e recuando, mas acabou por tropeçar e cair num monte de lixo que existia na berma da estrada, enquanto isso o atacante continuou a desferir golpes. Depois o atacante parou e afastou-se.

Contundido, Emanuel levantou-se para tentar sair do local porém, um outro homem, ao que tudo indica também sul-africano, aproximou-se empunhado um facão. O moçambicano levantou os braços, pedindo para o deixarem viver, mas em vão. Foi esfaqueado, repetidas vezes.

Emanuel tentou lutar, pela sua vida, os dois caíram no chão, entretanto o homem com a chave inglesa regressou. Juntou-se ao grupo de agressores um jovem que começou por dar pontapés ao moçambicano e depois sacou de uma faca de talhante. Entretanto um outro homem, que observava o ataque, interviu segurando a mão do jovem atacante que empunhava a faca de talhante. Os agressores pararam e acabaram por fugir.

O moçambicano tentou levantar-se mais caiu. Sem nenhuma ajuda, depois de nova tentativa, conseguiu pôr-se em pé e a cambalear caminhou a procura de ajuda.

Acabou por ser encontrado a rastejar pelos jornalistas a cerca de 100 metros do posto de saúde de Alexandra onde não encontrou assistência pois o médico que deveria estar de serviço é um estrangeiro e, devido aos ataques xenófobos que duram desde o final de Março, não foi trabalhar. Teve de ser levado ao Hospital de Edenvale onde acabou por perder a vida. Uma das facadas no seu peito atingiu-lhe o coração.

Graças ao telemóvel, encontrado num dos seus bolsos, foi possível identifica-lo. Emanuel trazia no pulso três braçadeiras onde se podia ler "United for Bafana" (Unidos pelos Bafana, nome da selecção nacional sul-africana de futebol).

PINC NOTICIAS