CIMEIRA ASIA-AFRICA/LIDERES PROCURAM REVITALIZAR PRINCIPIOS
Líderes dos países africanos e asiáticos, que se reunem em Cimeira esta semana em Jacarta, Indonesia, procuram revitalizar os princípios defendidos em 1955, numa altura em que lutavam contra a opressão colonial e o domínio das principais potências mundiais e defendiam a independência, a paz e a prosperidade económica dos estados dos dois continentes.
Com efeito, vários governantes encontram-se reunidos em Jacarta para preparar a cimeira de comemoração do 60.º aniversário da Conferência Ásia-África e do 10.º aniversário da Nova Parceria Estratégia Ásia-África, onde são esperados 34 líderes das duas regiões, bem como representantes de 77 países.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste, Hernâni Coelho, citou esta segunda-feira, em Jacarta, o trabalho realizado na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para inspirar os líderes asiáticos e africanos a cooperarem para a prosperidade.
No discurso que proferiu diante de representantes de dezenas de países africanos e asiáticos, o governante defendeu uma 'via prática' para rejuvenescer a Nova Parceria Estratégia Ásia-África e fortalecer a Cooperação Sul-Sul, com vista a 'promover a paz mundial e a prosperidade'.
'Neste espírito, Timor-Leste tem, durante os últimos anos, dedicado esforços consideráveis, proporcionais à sua capacidade, para colocar em prática esta nobre filosofia, trabalhando em estreita colaboração com um grupo de Estados frágeis, à parte de outras estruturas, tais como a comunidade dos países de língua portuguesa', exemplificou.
Para o chefe da diplomacia timorense, os princípios norteadores da Declaração de Bandung, em 1955, 'ainda são relevantes nos dias de hoje, se tivermos em conta as realidades da conjuntura política, social e económica' na região.
Hernâni Coelho reflectiu sobre o 'papel cada vez mais inegável' dos dois continentes no mundo económico e político e na 'ordem mundial do novo século', falando, por exemplo, nos recursos, nas dinâmicas demográficas e no potencial económico.
'Mas claro que não podemos ignorar as condições extremas que muitos dos nossos países membros enfrentam. Desastres naturais, epidemias, guerras civis, extremismo e actos de terrorismo são uma combinação mortal que pode facilmente fazer descarrilar as oportunidades que temos', alertou.
No discurso, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste deu o exemplo da Palestina, defendendo 'o direito dos palestinianos à sua independência e a necessidade de encontrar um acordo de paz único para resolver o conflito' na região do Médio Oriente.
PINC NOTICIAS