CRESCE FRUSTRAÇÃO DOS MEDIADORES DO DIÁLOGO POLÍTICO EM MOÇAMBIQUE
Os mediadores para o diálogo político entre o Governo e a Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, voltaram a manifestar a sua frustração com os sucessivos impasses que têm caracterizado as últimas rondas.
Este sentimento foi manifestado esta segunda-feira em Maputo, no término da 102ª ronda do diálogo, que já se arrasta há mais de dois anos e cujo fim não aparenta estar para breve.
Mais uma vez gostaríamos de compartilhar com o povo moçambicano a ansiedade de ver o fim deste diálogo, ou pelo menos, a transformação das conversações numa conduta normal dos cidadãos, disse o bispo da Igreja Anglicana, Dom Dinis Sengulane, falando em nome dos medidores.
Sentimos um certo desconforto pela falta de avanço neste diálogo político, vincou.
Os mediadores defendem que não se justifica a falta de avanço nas rondas negociais, pois existem todas as condições para que as partes cheguem a um consenso.
Nos dois pontos da agenda, entendemos que existe informação suficiente para se poder avançar neste processo
mas, infelizmente, isso não aconteceu devido a certos motivos que os mediadores não podem decifrar, disse aquele clérigo.
Explicou que a ausência de progresso nas negociações entre as partes deve-se ao facto de existir uma interferência de assuntos que não estão previstos na agenda.
Os dois lados têm o mandato do povo e dos seus respectivos líderes. Portanto, apelamos às partes a cumprirem com o seu mandato. Não existem motivos para que, no fim de mais um encontro, continuemos num impasse enquanto há condições para se chegar ao consenso, referiu.
Asseverou que os mediadores e observadores continuam disponíveis para dar o seu contributo incondicional para o sucesso do diálogo político.
Nos mostramos abertos no sentido de trazer a paz, e mantemos a esperança de que o prazo de 60 dias proposto pelos mediadores será cumprido, disse.
A lista dos mediadores, cuja composição foi sugerida pela Renamo, também integra Professor Lourenço do Rosário, reitor da Universidade a Politécnica, padre Filipe Couto, da Igreja Católica; reverendo Anastácio Chembeze, da Igreja Metodista; e, por fim, o xeque Saíde Abibo, da Comunidade Muçulmana.
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