ENH REAFIRMA QUE GÁS NATURAL DEVE BENEFICIAR TODOS SECTORES DA ECONOMIA
A Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) reitera que um dos seus maiores desafios é assegurar que a contribuição do gás natural extraído em Moçambique beneficie o crescimento harmonioso de todos os sectores da economia.
A intenção foi manifestada terça-feira pela directora de produção da ENH, Paulinda Manhique, durante o Deepwater East & Southern Africa Congress 2015, um evento que terminou esta quarta-feira na cidade de Maputo e que visava debater o estágio e perspectivas de desenvolvimento de pesquisas de pesquisa de hidrocarbonetos em águas profundas na África Austral e Oriental.
O nosso maior desafio é não permitir que os recursos minerais como o gás natural sejam uma área isolada, disse Manique, citada em comunicado de imprensa da ENH, enviado a redacção da AIM.
Os recursos naturais devem ser uma alavanca para o desenvolvimento de outros sectores em Moçambique, incluindo a educação, agricultura, infra-estruturas, pesca, turismo, entre outras, acrescentou, falando no primeiro painel sobre um tema intitulado Abrindo o Potencial das Águas Profundas da África Austral e Oriental.
Pesquisas realizadas em Moçambique apontam para a existência de cerca de 200 trilhões de pés cúbicos (TCF) de gás natural, dos quais cerca de 190 na Bacia do Rovuma, provincia de Cabo Delgado, que ainda não foram explorados.
Este potencial coloca o país na lista das maiores reservas de gás natural do mundo, com perspectivas de ser um dos maiores exportadores, quando iniciar a produção.
A nova lei de petróleos, aprovada em Agosto de 2014 pela Assembleia da República, o parlamento moçambicano, atribui à ENH o mandato de gerir a quota de petróleo e gás destinados ao desenvolvimento do mercado nacional e à industrialização do país.
Na sua intervenção, Paulinda Manhique disse que, com o gás destinado ao mercado nacional, a ENH tenciona promover o desenvolvimento de projectos de geração de energia à base de gás natural; transformação de gás em derivados líquidos (GTL); produção de fertilizantes; entre outros.
Apresentando as suas notas de abertura do evento, o Presidente do Conselho Consultivo sobre Minas da Tanzânia, Richard Kasesela, disse, citando um relatório de Outubro de 2014 da Agência Internacional de Energia (IEA) que perto de 30 por cento das descobertas globais de petróleo e gás no mundo, nos últimos cinco anos, ocorreram na África Subsaariana, o que, segundo referiu, reflecte a crescente apetência global pelos recursos africanos.
Entretanto, Kasesela recordou que o intervalo de tempo entre a ocorrência das descobertas e o início da produção nem sempre é imediato.
Quando há descoberta de campos de petróleo e gás com perspectivas de bom retorno económico a fase a seguir é descobrir a melhor forma de extrair o recurso, referiu, anotando que esse período de planificação pode ser mais extenso que o da pesquisa, podendo estimar-se entre oito a 20 anos.
PINC NOTICIAS