GRANDES CIDADES REPULSIVAS AOS JOVENS ÁVIDOS DE SE ESTABILIZAR NA VIDA

05-04-2015 06:55

Milhares de jovens chineses têm, nos últimos anos, estado a optar por abandonar as grandes cidades como Beijing, Xangai entre outras, para se fixarem em outras de menor dimensão como forma de organizarem-se rapidamente na vida.

O abandono das metrópoles é tido, por alguns destes jovens, como sendo uma das formas de melhorar rapidamente a qualidade de vida e garantir uma rápida ascensão na carreira.
A táctica dos jovens chineses, designada “teoria do trampolim”, reside em, primeiro, procurar ganhar experiência profissional nas cidades de primeiro nível e, em seguida, rumar para as cidades mais pequenas.
Especialistas afirmam que este movimento está, em parte, a acompanhar a tendência de algumas empresas que também apostam em explorar novos mercados, fora das grandes metrópoles que já estão congestionadas.
A necessidade de mão-de-obra qualificada ou mesmo com alguma experiência nesses novos mercados tem também obrigado muitas dessas empresas a repensarem nas suas estratégias de atracção de trabalhadores.
Wang Jing, uma jovem que detém formação superior em comunicação, deixou o seu emprego na grande cidade de Xangai, em 2014, e rumou para a província de Jiangxi, mais a Sul de Xangai, para um novo emprego numa estação de rádio.
'Usei o conhecimento que obtive em Xangai para iniciar um novo programa (de rádio) em Nanchang (capital provincial de Jiangxi), onde me tornei editora-chefe em curto espaço de tempo”, disse Wang, citada pelo diário chines “global times”.
Wang acrescentou que o salário mensal que ganha, cinco mil yuans (cerca de 800 USD), é um salário muito alto para cidades como Nanchang.
“Eu acho que os jovens precisam de ganhar alguma experiência nas grandes cidades depois da graduação”, disse Wang, que está entre muitos jovens profissionais chineses que adoptam pela “teoria do trampolim”.
A teoria faz sentido já que a vida nas cidades de primeiro nível, caso de Maputo, em Moçambique, entre outras, é cada vez mais dispendiosa, onde, por exemplo, o preço de aluguer ou obtenção de um apartamento é alto ou cresce rapidamente, enquanto os salários são insignificantes.
Antes de se fixar em Nanchang, Wang pagava de aluguer, em Xangai, 2.500 yuans mensais (moeda Chinesa), 500 yuans para o telefone e Internet, outros 500 em transporte, mais 3.500 yuans para comida e outros mantimentos, entre outras necessidades.
Em Xangai, ela recebia cerca de sete mil yuans mas, mesmo assim, precisava de pedir dinheiro aos seus pais. 
Em Nanchang, a jovem já pode poupar dois mil yuans por mês para além de que o bónus de fim de ano (20 mil yuans) fica praticamente intacto.
Hoje, depois de os pais terem-lhe comprado um apartamento, ela já tem certeza de que vai adquirir uma viatura, que, segundo disse, nunca teria se tivesse continuado em Xangai.

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