QUÉNIA/LUTO NACIONAL EM MEMÓRIA ÀS 148 VÍTIMAS DO MASSACRE NA UNIVERSIDADE GARISSA

05-04-2015 21:49

O Quénia iniciou este domingo três dias de luto nacional em memória às 148 vítimas do ataque à Universidade de Garissa, entre críticas da imprensa pela lenta reacção das forças de segurança contra os agressores.

O país, cuja população é 80% cristã, celebra a Páscoa no meio da dor: missas em todo o país serão dedicadas às vítimas do massacre de quinta-feira, na sua maioria estudantes cristãos.

O presidente queniano, Uhuru Kenyatta, anunciou três dias de luto e prometeu que o seu país responderá "com a maior severidade".

Um membro do comando islamita foi identificado como um jovem queniano da etnia somali, formado em Direito em Nairobi, informou este domingo o ministério do Interior do Quénia.

"Um dos quatro shebab que atacou a Universidade de Garissa (...) foi identificado como Abdirahim Abdullahi", originário da região de Mandera, localizada no extremo nordeste do Quénia, na fronteira com a Somália, declarou o porta-voz do ministério do Interior, Mwenda Njoka.

Abdirahim Abdullahi, que foi morto no ataque pelas forças de segurança, "graduou-se na Faculdade de Direito de Nairobi e era descrito como alguém com um futuro brilhante", acrescentou.

O seu pai, uma autoridade local de um círculo eleitoral de Mandera, "havia dito às autoridades que o seu filho havia desaparecido e que ele suspeitava que o jovem teria entrado na Somália", acrescentou Njoka.

O ataque foi reivindicado pelos islamitas somalis shebab em represália à intervenção do exército queniano na Somália para refrear os seus combatentes.

Críticas da imprensa

Já a imprensa foi particularmente crítica neste domingo às forças especiais do Quénia, que demoraram pelo menos sete horas para neutralizar o comando shebab, enquanto estes perpetravam o massacre na universidade.

"Trata-se de uma negligência frente a um acto criminoso", escreveu o jornal Nation em um editorial, recordando que os "homens armados, que mataram dezenas de estudantes com evidente prazer, tiveram todo o tempo do mundo".

Outro grande jornal queniano, The Standard, publicou uma manchete em que se vê uma cobra, representando a "ameaça terrorista", acordando com uma mordidela um polícia enquanto um cão late "muito pouco, muito tarde".

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