O Governo moçambicano garantiu esta sexta-feira, em Maputo, que não haverá nenhum apagão nas televisões e rádios do país que ainda não emigraram do sistema de transmissão analógico para digital.

Moçambique, à semelhança de outros países do mundo, está envolvido num processo de migração de radiodifusão analógica para digital e o prazo acordado pelos países membros da região 1, da União Internacional das Telecomunicações (UIT), na qual o país faz parte, é de 17 de Junho do corrente ano.
Falando durante uma conferência de imprensa convocada para anunciar o posicionamento do país, a vice-ministra dos Transportes e Comunicações, Manuela Rebelo, explicou que a decisão de apagão é soberana, pois o país poderá continuar a emitir sinal analógico.
“O Governo assume que não será possível cumprir o prazo estabelecido para a descontinuidade das transmissões analógicas, pelo que trazemos a informação a todos os moçambicanos que não haverá apagão após Junho de 2015, sendo que o apagão será uma decisão soberana”, disse Rebelo.
Ela sublinhou que tendo em vista a implementação do processo, o governo teve que encontrar parceiros e recursos para o financiamento da migração.
Em 2014, o Governo moçambicano e o Banco de Exportações e Importações (EXIM) da China assinaram um acordo de 223 milhões de dólares para a construção de 24 estações de transmissão de instalações de rádio e televisões digitais no país.
Segundo a vice-ministra, o processo de financiamento ainda está em avaliação pelo EXIM chinês, “o que leva a um atraso na implementação do projecto tal como tinha sido desenhado”.
Citado pela AIM, Rebelo disse que o não cumprimento do prazo poderá ocorrer interferências se um país vizinho, com um processo de migração mais avançado, instalar numa zona fronteiriça com Moçambique, um emissor digital com a mesma frequência que o emissor analógico de uma televisão moçambicana.
África do Sul, Suazilândia, Malawi são alguns dos países cujo processo de migração está mais avançado do que Moçambique.
Para a mitigação do risco de interferência, a governante revelou que o país já assinou acordos com o Malawi e África do Sul, uma medida recomendada pelo Secretariado Executivo da Comunidade de Países da África Austral (SADC).

De acordo com a vice-ministra, a Televisão de Moçambique (TVM) encontra-se num processo de aquisição de oito emissores digitais que serão colocados na Vila de Namaacha, Ressano Garcia, (província meridional de Maputo), Vila de Manica, (província central de Manica), Zobwé e Ulôngué (província central de Tete), Milange, (província central da Zambézia) e Mandimba, (província nortenha do Niassa).
Rebelo frisou que a colocação dos emissores digitais, que se espera que termine em meados de Outubro deste ano, visa mitigar as interferências nas zonas fronteiriças do país.
Afirmou que o Governo está a preparar a instalação de uma rede piloto de emissão radiofónica que vai abranger todas as capitais provinciais e que a sua instalação será concluída até 15 de Setembro do corrente ano.

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