MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO LANÇA CAMPANHA PARA REDUZIR ÍNDICES DE ABSENTISMO NAS ESCOLAS

12-04-2015 13:46

O Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) lançou este sábado em Maputo uma campanha nacional para a redução dos índices de absentismo nas escolas, designada por “Não Absentismo nas Escolas.

Em Maputo, a cerimónia teve lugar na Escola Secundária Josina Machel e foi dirigida pelo vice-ministro da Educação e Desenvolvimento Humano, Armindo Ngunga, um evento que contou com a presença de professores e encarregados de educação. 
Refira-se que o elevado índice de absentismo nos estabelecimentos de ensino é uma situação que afecta todas as partes envolvidas, ou seja professores e alunos. 
Dirigindo-se aos presentes Ngunga disse “apelamos a pontualidade e assiduidade dos professores na sala de aulas, pois só assim é que podemos melhorar o ensino e aprendizagem no nosso sistema de educação”. 
Na ocasião, o vice-ministro aproveitou a oportunidade para lançar um apelo para o estabelecimento de uma maior relação entre os encarregados de educação e a escola, como forma de melhor controlar o comportamento dos estudantes.
Segundo o governante, a qualidade da educação em Moçambique só irá melhorar quando os pais e encarregados de educação e a sociedade em geral estiverem presentes no dia-dia do estudante. 
“Deve haver mudanças na nossa educação, neste caso, os pais e encarregados de educação devem prestar atenção nos seus alunos, na forma como eles vão a escola. Os alunos devem olhar para a escola como segunda casa, desta feita, eles devem sair de casa sabendo ser e estar de modo a aprender ainda mais na escola”, referiu. 
Realçou a necessidade de a sociedade, no geral, criar mecanismos de modo a incentivar os alunos a irem à escola. 
“Como forma de combater o absentismo nas escolas é necessário que incentivemos os nossos estudantes moçambicanos” disse Ngunga, para de seguida sublinhar que “a sociedade julga-nos pelo comportamento do aluno. Por isso, devemos educá-lo da melhor maneira possível” 
Os professores, por seu turno, exigiram a melhoria das condições de trabalho, incluindo aumento salarial. 
“Senhor vice-ministro pedimos ao Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano para melhorar as condições de trabalho do professor, e como factor motivacional no exercício do nosso trabalho de professorado pedimos, também, o aumento salarial”, disse um professor, acrescentando que “o atraso do aumento salarial por parte dos professores já com o nível académico de licenciatura é uma realidade”. 
Respondendo a questão concernente ao aumento salarial, o vice-ministro disse que “o salário do professor não deve depender do nível académico mas sim do desempenho de cada professor”. 
Um estudo recente, divulgado pelo MINEDH que envolveu 400 escolas do país demonstra que em cada 10 dias de aulas apenas se lecciona em quatro. O mesmo estudo revela que nos restantes dias de aulas quando as equipas de pesquisa do MINEDH visitaram as escolas constataram que dos professores presentes no recinto escolar poucos estavam a dar aulas.
Esta triste realidade faz-se sentir com maior incidência nas regiões centro e norte de Moçambique, com uma percentagem de absentismo acima de 60 por cento, enquanto mais para o sul a tendência é de maior redução.
Esse encontro surge dois dias depois da realização da IV Reflexão Sobre a Educação em Moçambique, um evento organizado pelo MINEDH e que contou com a presença dos jornalistas seniores dos principais órgãos de informação de Moçambique.

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