O Presidente zimbabweano, Robert Mugabe, pediu quarta-feira a ajuda da vizinha África do Sul para reconstruir a economia do seu país que, na última década e meia, tem vindo a enfrentar enormes dificuldades, incluindo um elevado índice de desemprego, após a introdução do controverso programa de reforma agrária no país.

Mugabe, que na terça-feira iniciou uma visita de estado a África do Sul, disse que as economias de ambos os países estão intrinsecamente ligadas e que existem enormes oportunidades para uma maior cooperação.
Na quarta-feira a Africa do Sul e Zimbabwe assinaram vários acordos de cooperação, entre os quais para o estabelecimento de uma comissão bilateral, exploração de recursos hídricos e criação de um posto único fronteiriço com uma paragem única, com vista a facilitar a circulação de pessoas e bens entre os dois países.
O estadista zimbabweano agradeceu o seu homólogo sul-africano, Jacob Zuma, por lhe ter dado oportunidade para a melhoria de relações socio-económicas entre a África do Sul e o Zimbabwe.
Mugabe disse que, apesar da África do Sul ter uma economia mais avançada, o Zimbabwe possui recursos minerais, como crómio, diamantes e ferro, bem como produz algodão e tabaco.
Agradeceu a África do Sul por conceder emprego a cidadãos zimbabweanos, incluindo a alguns em situação ilegal que “às vezes criam problemas ao vosso sistema social”.
No seu discurso, o líder zimbabweano atacou o Ocidente e suas recentes intervenções no mundo árabe, frisando que “queremos um ambiente político no qual não sofremos interferência e sejamos donos de nós próprios em África”.
“Os recursos africanos pertencem a África. Outros poderão assistir-nos como nossos amigos e aliados, mas não como colonizadores ou opressores, não mais como racistas”, concluiu.

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