MULHERES COMEMORAM SEU DIA CIENTES DO SEU PAPEL NA LUTA PELA PAZ
As mulheres moçambicanas, ao nível da cidade de Maputo, afirmam estar cientes da importância do seu papel na consolidação da unidade nacional, luta pela manutenção da paz para garantir uma nação cada vez mais próspera.
Anunciou o facto a governadora de Maputo, Iolanda Cintura, falando em nome das mulheres durante as festividades do 7 de Abril, Dia da Mulher Moçambicana, que hoje se assinala em todo o país.
Este ano, celebra-se o dia sob lema `Mulher Moçambicana Luta Pela Paz`. Com este lema, queremos mostrar aquilo que é a preocupação das mulheres com a paz. E queremos também dar a conhecer à sociedade que esta é uma das grandes preocupações da mulher para que ela continue a desenvolver as suas actividades, disse Cintura, minutos depois de depositar uma coroa de flores na Praça dos Heróis Moçambicanos.
A data 7 de Abril também surge como tributo a Josina Machel heroína da luta de libertação nacional. Josina é considerada modelo de inspiração do movimento de mulheres. Na luta pela libertação de Moçambique, desempenhou um papel muito importante. Foi uma das fundadoras do destacamento feminino.
Citada pela AIM, a governadora disse que a participação da mulher nas várias frentes, quer económica, política, social, entre outras, é o seguir do exemplo da heroína Josina Machel, que participou na mobilização de várias mulheres no combate para libertar o país.
Cintura também destacou a importância do papel da mulher no combate à pobreza, afirmando que elas têm estado a responder de forma muito favorável ao apelo que tem sido feito, sobretudo para sua educação e formação.
Não obstante os sucessos que a mulher tem vindo a alcançar, a governante fez questão de referir que ainda existem muitos desafios, tais como o combate à pobreza, violência, casamentos prematuros, melhoria da educação, entre outros.
Outro é o da vontade que as mulheres têm de cada vez mais dar a sua contribuição na área económica, ao se encarar com o desafio de encontrar os recursos produtivos para que elas possam participar de forma muito activa e produzir para o país. Mas há vários programas que o governo tem e que estamos a implementar, particularmente o programa dos Sete Milhões de Meticais, acrescentou.
Instituído em 2006, pelo antigo presidente moçambicano, Armando Guebuza, o fundo de Sete Milhões de Meticais (cerca de 193 mil dólares ao cambio actual) contempla 128 distritos existentes no país, para financiar projectos de geração de emprego e alimentos nas regiões rurais. Contudo, a partir de 2011 também passa a contemplar as regiões urbanas.
Falando também durante o evento, a deputada parlamentar Ana Rita Sitole manifestou a sua satisfação pela celebração da data porque significa liberdade da mulher, bem como o ponto mais alto do exercício da cidadania.
Uma coisa que caracteriza Moçambique é a liberdade de expressão. As mulheres são livres de se expressar. Não é possível voltar ao que aconteceu antes. Portanto, como cidadãos, dirigentes e mulheres, em particular, temos que fazer tudo para garantir que esta independência continue e a construção da nação moçambicana avance na base da unidade nacional, pela qual os heróis moçambicanos tombaram, disse.
Para Sitole, a paz e unidade nacional devem ser geridas para que todos os moçambicanos, independentemente da sua filiação partidária, religião, raça ou crença se sintam dentro do seu país e façam de tudo para a sua construção.
A deputada apontou igualmente alguns avanços da mulher, sobretudo na gestão da sociedade. Todavia, disse haver necessidade de as mulheres continuarem a se formar mas, para o efeito, é necessário que a rapariga tenha acesso à educação para saber defender os seus direitos.
A mulher é que gere a sociedade. É evidente. Estamos em todos os níveis de tomada de decisão, desde o posto administrativo, distrito, província até à nação. Nos mais altos níveis de governação, estamos lá, de liderança dos partidos, nas organizações da sociedade civil, estamos lá. Precisamos de estudar mais, investir mais no conhecimento, salientou .
Os homens reconhecem, igualmente, os avanços que a mulher tem vindo a registar nos diferentes níveis, bem como os desafios que se lha colocam, quer singularmente quer como parceira do homem.
O ministro da economia e finanças, Adriano Maleiane, reconheceu que, nos últimos anos, nota-se uma maior presença da mulher nos centros de tomada de decisão, razão pela qual o homem encontra nela uma parceira e não apenas uma companheira.
Por isso mesmo, eu acho que a mulher moçambicana cresceu muito, sobretudo nesta perspectiva de tomada de decisões, incluindo no sector da informação. Eu costumo dizer que um dos indicadores para ver o crescimento da mulher é só assistir a televisão, vai reparar que 50 por cento do tempo são elas a falarem entre e si e 50 por cento do tempo são elas a entrevistarem os homens, disse o ministro.
Por seu turno, Marcelino dos Santos, veterano de luta de libertação nacional, disse nós todos saudamos a mulher moçambicana e estamos muito felizes todos também por vermos que a luta continua. A vitória das mulheres é uma grande vitória para todos nós.
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