NYUSI EXIGE INTERVENÇÃO IMEDIATA DO GOVERNO SUL-AFRICANO PARA ESTANCAR XENOFOBIA
O Presidente da República, Filipe Nyusi, exigiu esta segunda-feira ao governo sul-africano para que tome medidas para estancar imediatamente a onda de violência xenófoba, que já provocou a morte de pelo menos três moçambicanos, o último dos quais no sábado.
A orgia de violência xenófoba também forçou milhares de cidadãos estrangeiros a regressar aos respectivos países de origem.
Enquanto apelamos ao governo sul-africano para um intervenção presencial e imediata, nós afirmamos a nossa determinação em continuar a acarinhar as nossas vítimas e mitigar o sofrimento dos nossos irmãos, disse Nyusi, citado pela AIM, que falava na cerimónia de tomada de posse dos novos vice-reitores da Universidade Pedagógica e UniZambeze, que teve lugar em Maputo.
Estes actos, tristes e horríveis, chocam a nossa consciência colectiva, como nação, e mostram total desrespeito ao valor da vida humana, acrescentou, para de seguida lançar um apelo dirigido aos moçambicanos para não pautarem pela retaliação, atacando ou expulsando os sul-africanos residentes em Moçambique.
Apelamos a não retaliação, uma nobre característica dos moçambicanos, disse.
Esta preocupação do estadista moçambicano poderá ter como origem o facto de na semana passada ter havido tentativas de retaliação contra cidadãos sul-africanos contratados por algumas empresas nas províncias de Inhambane e Tete, apesar de não ter sido reportado nenhum caso de violência.
A fronteira de Ressano Garcia, na província meridional de Maputo, também registou momentos de alguma tensão na sexta-feira, tendo sido necessária a intervenção das forças de manutenção da lei e ordem para restaurar o trânsito normal de viaturas que chegou a ficar temporariamente interrompido.
Entretanto, chegou quinta-feira a província de Maputo o primeiro grupo de moçambicanos vítimas de xenofobia na África do Sul, uma parte dos quais já regressou as suas zonas de origem.
Na sábado, centenas de moçambicanos saíram a rua na cidade de Maputo, capital moçambicana, para manifestar a sua repulsa e descontentamento com a onda de violência xenófoba na Africa do Sul.
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