O governador da província de Maputo, Raimundo Diomba, afirma estar satisfeito com o que viu durante os três dias da sua visita de trabalho ao distrito de Magude, sublinhando que a população está engajada no desenvolvimento desta região do sul de Mocambique.

Falando, quarta-feira, em conferência de imprensa que marcou o final da sua visita, Diomba sustentou a sua constatação realçando, entre vários exemplos, a participação da população, principalmente em moldes associativos, na produção cana-sacarina que depois é vendida na Açucareira de Xinavane, uma unidade açucareira localizada no distrito da Manhiça, com que Magude faz fronteira.
“Notamos também que há situações de crescimento da criação do gado bovino e, sem dúvidas, isto está trazendo algum conflito. Mas o essencial é que temos de encontrar sempre uma saída, uma solução pacífica para que todos encontrem espaço suficiente para continuar a fazer essa actividade”, disse Diomba, numa clara alusão a algumas queixas feitas durante os encontros que manteve tanto com as populações, quanto com agricultores e criadores de gado, relacionadas com disputas de terra.
Embora ainda prevaleça o roubo de gado, Diomba disse ter constatado alguma redução deste fenómeno que era frequente em Magude, mas reconheceu ser necessário lutar para o controlo da movimentação do gado, para que a província não tenha casos gritantes desta espécie animal.
Neste aspecto, o governador encorajou a população para que comece a usar os métodos que no passado eram uma pratica para que esse gado seja fonte de leite e, se possível, introduzir o gado leiteiro, “e o governo provincial vai dando todo o apoio necessário” .
“Notamos também que há muito esforço por parte do governo na melhoria das condições de vida dos funcionários, mas apesar de não ser suficiente para todos, os esforços existem”, afirmou.
“Tudo isso é um esforço que mostra que a população de Magude está, de facto, engajada no desenvolvimento do distrito, como sua responsabilidade”, sublinhou Diomba. 
Não obstante esses avanços, Diomba reconheceu que as populações enfrentam algumas dificuldades, motivadas, no caso vertente, da escassez da chuva, o que pode comprometer, sobretudo, as colheitas, “razão pela qual a população deixa esta recomendação para o governo não esquecer em caso de isso vier a piorar”.
“Em geral saímos satisfeitos no distrito de Magude. Por tudo aquilo que nós vimos, a partir de pessoas, que é a força principal para todas as mudanças que acontecem, e aquilo que constituem as realizações destas pessoas todas que, organizadas em governo distrital, associações e singulares, fazem esforço para garantir que Magude cresça”, disse.
Confrontado pelos jornalistas acerca da proposta dos criadores de gado de criacao de uma comissao multi-sectorial para estudar formas de combater o roubo de gado, bem como a caca furtiva, Diomba mostrou reservas, mas manifestou a abertura do governo em tomar medidas que se julgarem efectivas para o efeito.
“Não sei se comissão é solução. Se há problema a resolver e precisamos de criar uma comissão, podemos fazer. Mas o governo está a tomar medida. Para além de fiscais que existem, há uma força própria de protecção de recursos naturais, incluindo a fauna, daí que medidas estão sendo tomadas. Qualquer caso que está ligado a isso vai encontrar sempre uma saída”, afirmou.
Citado pela AIM, Diomba disse que o governo está também preocupado, pois, em relação à caça furtiva, esta não está a ser realizada em Moçambique apenas, mas sobretudo no Kruger Park (Africa do Sul) “e o movimento daqueles que são caçadores deve ser controlado, razão pela qual criamos estas forças para controlar não somente a fronteira, mas também dentro dos parques, para que não haja movimento e a possibilidade de utilização dos espaços existentes para fugir ou violar a fronteira”.
“As medidas que estamos a tomar tem em vista fazer com que Moçambique seja uma referência nos cuidados em termos da fauna bravia e também trazer receitas, porque a caça furtiva, quando não é controlada, acaba dizimando os animais”, concluiu.
Nesta sua primeira visita ao distrito de Magude, Diomba orientou um comício popular e manteve encontros com os jovens, os agricultores e criadores de gado e com os funcionários públicos, para além de orientar uma sessão extraordinária do governo distrital alargada aos membros do Conselho Consultivo distrital. Visitou ainda algumas unidades económicas e sociais do distrito.

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